EMPIRISMO
John Locke,
filósofo líder do empirismo britânico
Na filosofia, empirismo foi
uma teoria do conhecimento que afirma que
o conhecimento vem apenas ou principalmente, a partir da
experiência sensorial. Um dos vários pontos de vista da epistemologia,
o estudo do conhecimento humano, juntamente com o racionalismo,
O idealismo e historicismo,
o empirismo enfatiza o papel da experiência e da evidência, experiência sensorial,
especialmente, na formação de ideias, sobre a noção de ideias inatas ou tradições; empiristas
podem argumentar, porém, que as tradições (ou costumes) surgem devido às
relações de experiências sensoriais anteriores. Empirismo na filosofia da
ciência enfatiza a evidência,
especialmente porque foi descoberta em experiências. É uma parte fundamental do método científico que todas as hipóteses e teorias devem ser testadas
contra observações do mundo natural, em vez de descansar apenas em
um raciocínio a priori,
a intuição ou revelação. Filósofos associados com o empirismo incluem Aristóteles, Alhazen, Avicena, Ibn Tufail, Robert Grosseteste, Guilherme de Ockham, Francis Bacon, Thomas Hobbes, Robert Boyle, John Locke, George Berkeley, Hermann von
Helmholtz, David Hume, Leopold von Ranke, John Stuart Mill e Nicolau Maquiavel.
Aristóteles
deu grande importância à indução baseada na experiência sensível
EMPIRISMO BRITÂNICO
O
método empírico de Francis Bacon e de Thomas Hobbes influenciou toda uma
geração de filósofos no Reino Unido a
partir do século XVII. John Locke é
considerado o fundador ("pai") dessa tradição, que ficou conhecida como empirismo britânico,
em oposição ao racionalismo que predominava na maior parte da Europa continental. Em
seu livro Ensaio Sobre o Entendimento Humano, Locke descreve a mente
humana como uma tabula rasa (literalmente, uma "ardósia em
branco"), onde, por meio da experiência, vão sendo gravadas as
ideias . A partir dessa análise empirista da epistemologia,
Locke diferencia dois tipos de ideias: as ideias simples, sobre as quais não se
poderia estabelecer distinções, como a de amarelo, duro, etc., e as
ideias complexas, que seriam associações de ideias simples (por
exemplo ouro — que é uma substância dura e de cor amarelada). Com
isso, formaria-se um conceito abstrato da substância material.
No século XVIII, George Berkeley desenvolve
o empirismo de John Locke, mas não admite a passagem dos conhecimentos
fornecidos pelos dados da experiência para o conceito abstrato de substância
material. Por isso, Berkeley afirma que uma substância material não pode ser
conhecida em si mesma. O que se conhece, na verdade, resume-se às qualidades
reveladas durante o processo perceptivo. Assim, o que existe realmente nada
mais é que um feixe de sensações. Daí sua famosa frase: ser é ser
percebido .
Entretanto, para fugir do subjetivismo
individualista (pois tudo que existe somente existiria para a mente individual de cada observador), Berkeley
postula a existência de uma mente cósmica, que seria universal e superior à
mente dos homens individuais. Deus é essa mente e tudo o mais seria percebido por Ele, de modo que a
existência do mundo exterior à mente individual estaria garantida. No entanto,
apesar de existir, o mundo seria impossível de
ser conhecido verdadeiramente pelo homem, pois esse conhecimento só é acessível
a Deus. Ao assumir esse empirismo radical, George Berkeley cria a corrente conhecida como idealismo subjetivo.
Ao
afirmar que só podemos conhecer aquilo que percebemos imediatamente, David Hume
rejeitou a ideia de causalidade
Levando
ainda mais adiante o pensamento de Berkeley, o escocês David Hume identifica
dois tipos de conhecimento: matérias de fato e relação de ideias. O
primeiro está relacionado com a percepção imediata e seria a única forma
verdadeira de conhecimento. A relação de ideias é uma inferência de outras
ideias, ou seja ao relacionar duas ideias que temos na nossa mente provenientes
da experiência concluímos outra ideia. Esta nova ideia, é logicamente
verdadeira e necessária, pois é inferida através de um raciocínio demonstrativo
(regras da lógica formal). Mas este conhecimento é tautológico, pois não
acrescenta nada de novo, é apenas uma relação de ideias que já possuíamos.
Baseado
nisso, Hume refuta a própria causalidade,
a noção de causa e efeito, fundamental para a ciência. Ao
observarmos, por exemplo, um pedaço de metal, podemos chegar a um conceito
de metal, que corresponde à realidade concreta, perceptível. Se
aproximamos nossas mãos do fogo, temos uma ideia de calor, que também
corresponde à realidade. Mas quando aproximamos um metal do fogo e observamos
que ele se dilata com o calor, não podemos concluir que "o corpo se dilata
porque esquenta". As ideias "o corpo esquenta" e "o corpo
se dilata" teriam como origem duas impressões dos sentidos, provenientes,
respectivamente, do tato e da visão. O
problema está na expressão por que. Que impressão sensível origina a ideia de
porquê? Como concluímos que um fenômeno é a causa de outro?
Para
Hume, o simples motivo de um fenômeno ser
sempre seguido de outro faz com que eles se relacionem entre si de tal forma
que um é encarado como causa do outro. Causa e efeito, enquanto impressões
sensíveis, não seriam mais do que um evento seguido de outro. A noção de
causalidade-necessária a partir da simples observação, sem aplicação dos
"raciocínios demonstrativos" (nesse caso, a matemática. Ou, nos dias
atuais, podemos aplicar esse conceito de Hume como sendo a área que concerne
atualmente à Física, à Química, ou a toda ciência que use de cálculos para
provar realidades empíricas). Para ele, portanto, sem o uso desses
"raciocínios demonstrativos" para comprovar a existência de causas
necessárias ("leis gerais"), tudo o que se baseia apenas na simples
experiência para a conclusão dessas causas é somente uma dedução humana, que de
forma alguma constitui um conhecimento verdadeiro, é apenas um costume, hábito.
Exemplo que Hume nos dá dessa sua tese é o nascimento do Sol: "O Sol
nascerá amanhã!" nada mais é que uma crença que nos temos a partir da
observação dos dias que se passaram. Mas
só a experiência de ver o Sol sempre nascer todos os dias não prova,
necessariamente, que ele nascerá amanhã; o que nos faz acreditar que ele
nascerá é meramente nosso hábito, nosso costume de vê-lo nascer todos os dias.
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