Ao lado de Émile Durkheim e Karl Marx, o alemão Max
Weber integra o trio dos grandes pensadores clássicos responsáveis pela
fundação da Sociologia. Nascido em 1864, em Munique,
dedicou sua obra a compreender a nova sociedade que se formava a partir da
consolidação do capitalismo industrial na Europa e
sua propagação pelo planeta. Como pioneiro no estudo científico da sociedade,
Weber inaugura o método da sociologia compreensiva. Baseada na ideia de que
ao estudar as ações sociais o sociólogo deve dar especial atenção a motivação
dos indivíduos e grupos, a sociologia compreensiva ocupa-se do sentido que os
sujeitos atribuem as suas próprias ações. Entende-se, por consequência, que
as ações em si não tem um sentido próprio, mas o sentido que nós, como
sujeitos modernos atribuímos a elas. Para Weber, o papel do sociólogo deve
ser compreender esses sentidos, que são dados pelos sujeitos, mas não podem
ser apreendidos de forma imediata por eles (o que justifica a necessidade da
reflexão sociológica). Weber dá ênfase aos estudos sociológicos sobre
economia, religião e política – todas em sua configuração moderna. Em sua
obra mais conhecida, A ética protestante e o espírito do capitalismo, Weber investiga a influência
da religião, especialmente do protestantismo, na formação do
capitalismo ocidental. Para ele, os fundamentos dessa religião – que prega a
intensa dedicação ao trabalho e não condena a acumulação de riquezas –
favoreceram a consolidação do capitalismo nos países onde sua influência era
grande. Weber aplica o método da sociologia compreensiva demonstrando que a
forma como os sujeitos captavam o mundo (sua ética religiosa) influenciou
diretamente suas ações (na consolidação do capitalismo).
Segundo Weber, para compreender a realidade é
preciso antes transportá-la ao campo das ideias, o campo da teoria. No caso
da ética protestante e o espírito do capitalismo, somos apresentados ao
capitalismo a partir de um tipo ideal. Weber reconhece que, no mundo
concreto, ele se apresenta de formas variadas, dependendo da época e do país
onde é observado. Entretanto, alguns elementos – como a busca pelo lucro e a
organização racional do trabalho – aparecem como típicos desse sistema de
produção. Para Weber, a racionalização do trabalho é um traço definitivo que
marca nosso tempo. O avanço da ciência e do capitalismo moldaram o mundo de
forma que todos os espaços coletivos, desde de os políticos até os
corporativos, sejam burocratizados. É preciso notar que a burocracia de que
nos fala Weber é vista sob um ponto de vista positivo, pois significa a
organização racional e eficiente das atividades coletivas, onde cada um
exerce sua função específica e previamente estabelecida de forma detalhada.
Em praticamente todas as obras de Max Weber é possível perceber a forte
presença da ideia de tipo ideal. Principais obras: A ética protestante e o
espírito do capitalismo; Estudos sobre a sociologia e a religião; Estudos de
metodologia e Política como Vocação. Em A ética protestante e o espírito do
capitalismo, Max Weber discute a relação entre o protestantismo e o
estabelecimento do sistema capitalista moderno, analisando como aquela doutrina
religiosa contribuiu com a formação de todo um ideal político e econômico.
Diz que a partir do momento em que uma religião se consolida em um
determinado local, é inevitável que ela influencie nos costumes e na cultura
das pessoas e isso interfere na relação que elas mantêm com a questão da
economia e do dinheiro propriamente dito. Weber diz que enquanto o mundo era
dominado pelo catolicismo, as pessoas viviam de acordo com a cultura oriunda
dele, em que a usura era condenada e a salvação viria pela confissão,
pagamento das indulgências e participação nos cultos. Desse modo, para os
católicos (pelo menos a maioria), o trabalho não era nada além de uma forma
de manter o próprio sustento. Já a doutrina Protestante, pregava que o
trabalho era uma forma de enobrecimento do homem, que o fazia ganhar uma
posição de dignidade diante do próprio Deus. Ter uma rotina de muito trabalho
seria uma forma de se manter longe do pecado. Além disso, os prazeres
mundanos, todos eles, eram condenados por essa religião, o que facilitava a
acumulação de bens.
Referências bibliográficas:WEBER, Max. Ética protestante e o espírito do
capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1999.WEBER, Max. Ciência e
política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2001.
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10 de agosto de 2017
MAX WEBER- SOCIOLOGIA- 2º ANO
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