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10 de agosto de 2017

MAX WEBER- SOCIOLOGIA- 2º ANO

Ao lado de Émile Durkheim e Karl Marx, o alemão Max Weber integra o trio dos grandes pensadores clássicos responsáveis pela fundação da Sociologia. Nascido em 1864, em Munique, dedicou sua obra a compreender a nova sociedade que se formava a partir da consolidação do capitalismo industrial na Europa e sua propagação pelo planeta. Como pioneiro no estudo científico da sociedade, Weber inaugura o método da sociologia compreensiva. Baseada na ideia de que ao estudar as ações sociais o sociólogo deve dar especial atenção a motivação dos indivíduos e grupos, a sociologia compreensiva ocupa-se do sentido que os sujeitos atribuem as suas próprias ações. Entende-se, por consequência, que as ações em si não tem um sentido próprio, mas o sentido que nós, como sujeitos modernos atribuímos a elas. Para Weber, o papel do sociólogo deve ser compreender esses sentidos, que são dados pelos sujeitos, mas não podem ser apreendidos de forma imediata por eles (o que justifica a necessidade da reflexão sociológica). Weber dá ênfase aos estudos sociológicos sobre economia, religião e política – todas em sua configuração moderna. Em sua obra mais conhecida, A ética protestante e o espírito do capitalismo, Weber investiga a influência da religião, especialmente do protestantismo, na formação do capitalismo ocidental. Para ele, os fundamentos dessa religião – que prega a intensa dedicação ao trabalho e não condena a acumulação de riquezas – favoreceram a consolidação do capitalismo nos países onde sua influência era grande. Weber aplica o método da sociologia compreensiva demonstrando que a forma como os sujeitos captavam o mundo (sua ética religiosa) influenciou diretamente suas ações (na consolidação do capitalismo).
Segundo Weber, para compreender a realidade é preciso antes transportá-la ao campo das ideias, o campo da teoria. No caso da ética protestante e o espírito do capitalismo, somos apresentados ao capitalismo a partir de um tipo ideal. Weber reconhece que, no mundo concreto, ele se apresenta de formas variadas, dependendo da época e do país onde é observado. Entretanto, alguns elementos – como a busca pelo lucro e a organização racional do trabalho – aparecem como típicos desse sistema de produção. Para Weber, a racionalização do trabalho é um traço definitivo que marca nosso tempo. O avanço da ciência e do capitalismo moldaram o mundo de forma que todos os espaços coletivos, desde de os políticos até os corporativos, sejam burocratizados. É preciso notar que a burocracia de que nos fala Weber é vista sob um ponto de vista positivo, pois significa a organização racional e eficiente das atividades coletivas, onde cada um exerce sua função específica e previamente estabelecida de forma detalhada. Em praticamente todas as obras de Max Weber é possível perceber a forte presença da ideia de tipo ideal. Principais obras: A ética protestante e o espírito do capitalismo; Estudos sobre a sociologia e a religião; Estudos de metodologia e Política como Vocação. Em A ética protestante e o espírito do capitalismo, Max Weber discute a relação entre o protestantismo e o estabelecimento do sistema capitalista moderno, analisando como aquela doutrina religiosa contribuiu com a formação de todo um ideal político e econômico. Diz que a partir do momento em que uma religião se consolida em um determinado local, é inevitável que ela influencie nos costumes e na cultura das pessoas e isso interfere na relação que elas mantêm com a questão da economia e do dinheiro propriamente dito. Weber diz que enquanto o mundo era dominado pelo catolicismo, as pessoas viviam de acordo com a cultura oriunda dele, em que a usura era condenada e a salvação viria pela confissão, pagamento das indulgências e participação nos cultos. Desse modo, para os católicos (pelo menos a maioria), o trabalho não era nada além de uma forma de manter o próprio sustento. Já a doutrina Protestante, pregava que o trabalho era uma forma de enobrecimento do homem, que o fazia ganhar uma posição de dignidade diante do próprio Deus. Ter uma rotina de muito trabalho seria uma forma de se manter longe do pecado. Além disso, os prazeres mundanos, todos eles, eram condenados por essa religião, o que facilitava a acumulação de bens.
Referências bibliográficas:WEBER, Max. Ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1999.WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2001.




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